O Centro Cultural, Gastronômico e de Eventos (Palacete Tira Chapéu), em Salvador, confirma a abertura de seus portões, nesta sexta-feira, 12 de dezembro, não apenas para a realização de um vento, mas para um chamado ancestral. O espaço foi o local escolhido para o lançamento da coleção ÒKÙNKÙN — Olhos na Escuridão, um manifesto criado na profundidade das memórias que atravessam gerações.
ÒkùnKùn nasce onde tudo começa: na escuridão fértil que deu origem ao mundo e sustentou, com força e silêncio, os caminhos dos corpos pretos. É sombra que acolhe, é noite que guarda, é território onde a beleza não precisa de luz para existir. Trata-se de profundidade, identidade e resistência, um lembrar contínuo de que a ancestralidade é farol mesmo quando tudo ao redor tenta apagar.
Com assinatura da grife Yame e produção realizada pelo projeto social Periferia do Futuro, a coleção a ser apresentada não é apenas moda: é rito, é linguagem, é memória pulsante. Cada peça carrega um fragmento de história, uma afirmação estética, uma presença que se recusa a ser silenciada. É Bahia, é negritude, é futuro brotando das raízes.
No espaço Palacete Tira Chapéu, a proposta é de que a passarela se transforme em território sagrado. E os convidados presentes estarão convidados a vivenciar esse momento histórico, a testemunhar a força de um povo que, mesmo na escuridão, sempre soube enxergar longe.
O desfile contará com trilha sonora embalada pela voz e talento de Carla Castro, cantora e violinista baiana, que traz sua arte singular e multifacetada para o evento. Com uma carreira marcada pela busca pela pluralidade e pela fusão entre o erudito e o popular, a artista se une ao momento de celebração da coleção ÒKÙNKÙN, criando uma atmosfera única, onde a música se entrelaça com a moda, reforçando a memória e resistência da cultura negra. Com sua performance arrebatadora, Carla traz à tona as emoções de um povo que sempre soube transformar a dor em luz.
Também no time de profissionais responsáveis pelo evento, está o nome do modelo baiano de carreira internacional Carlos Cruz, que assina direção geral e o casting de modelos que desfilarão pela passarela. “O lançamento da marca traz a estabilidade que o projeto precisava para potencializarmos o próximo ano, depois de tantos desafios e conquistas com um trabalho que teve visibilidade nacional e abriu sede em outras cidades. O projeto Periferia do Futuro precisa chegar antes da bala para que o efeito da arte aconteça, porque a arte é viva, é urgente e transforma”, define Carlos Cruz.
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