quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Canetas para diabetes entram pela primeira vez na lista de medicamentos essenciais da OMS

Organização inclui análogos de GLP-1 no tratamento de diabetes tipo 2 com comorbidades, mas mantém restrição para casos de obesidade sem doenças associadas
Pela primeira vez, medicamentos análogos ao GLP-1, como a semaglutida, presente em fármacos conhecidos mundialmente (Ozempic, Wegovy e Rybelsus), foram incluídos na Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgada no dia 5 de setembro. A decisão reconhece sua eficácia no tratamento de adultos com diabetes tipo 2 associados a comorbidades, como doença cardiovascular, doença renal crônica e obesidade.
De acordo com a OMS, a inclusão se baseia em evidências robustas de que esses medicamentos melhoram o controle glicêmico, reduzem o risco de eventos cardiovasculares, diminuem a progressão para doença renal em estágio terminal e reduzem a mortalidade em pacientes desse perfil.
No entanto, o comitê responsável descartou a indicação para pessoas com obesidade sem comorbidades, alegando que as evidências atuais ainda são limitadas e pouco maduras em relação a desfechos de longo prazo, segurança e impacto na mortalidade.
Outro desafio apontado pela organização é o alto custo desses fármacos, que pode dificultar a incorporação em sistemas nacionais de saúde. A OMS pondera, contudo, que a expiração iminente das patentes da liraglutida e da semaglutida pode abrir espaço para biossimilares, aumentando a concorrência e reduzindo os preços.
“A inclusão da semaglutida na lista da OMS representa um marco importante, porque reconhece oficialmente o benefício desses medicamentos no controle do diabetes tipo 2. Na prática, isso pode ampliar o acesso da população a tratamentos mais eficazes e seguros, já que a lista serve de referência para políticas públicas de saúde em mais de 150 países. A tendência é que, com o tempo, os custos também se tornem mais acessíveis, permitindo que mais pessoas se beneficiem dessas terapias”, destaca Maurício Filizola, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma) e presidente da Rede de Farmácias Santa Branca.

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