terça-feira, 19 de agosto de 2025

Parkinson em jovens: quando a doença começa antes dos 50

A Doença de Parkinson é geralmente associada ao envelhecimento, mas pode surgir bem antes dos 50 anos e afetar pessoas em plena fase produtiva da vida. Segundo a Fundação Michael J. Fox para Pesquisas de Parkinson, estima-se que entre 10% e 20% dos casos diagnosticados no mundo correspondam à forma de início precoce (early-onset). No Brasil, embora os dados ainda sejam limitados, especialistas observam uma tendência de aumento no número de diagnósticos em pacientes mais jovens, reforçando a necessidade de atenção e informação sobre o tema.
Nessa faixa etária, os sintomas iniciais, como tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações na postura, podem ser confundidos com estresse, lesões esportivas ou problemas ortopédicos, atrasando o diagnóstico por anos. Além disso, fatores genéticos têm peso importante nesse perfil, com estudos associando mutações genéticas à forma precoce.
“Para quem está no auge da vida acadêmica, profissional e familiar, conviver com o Parkinson traz desafios adicionais. É preciso lidar com as limitações físicas e com o impacto emocional e social da doença, muitas vezes sem um sistema de apoio preparado para essa realidade”, explica Dr. Rafael Maia, neurocirurgião especializado em intervenções cirúrgicas para a doença. O tratamento, nessa fase, requer atenção redobrada: embora os medicamentos convencionais sejam eficazes no controle dos sintomas, seu uso prolongado pode aumentar o risco de discinesias (movimentos involuntários que interferem na qualidade de vida).
Em casos selecionados, a estimulação cerebral profunda (DBS) surge como alternativa capaz de melhorar o controle motor, reduzir a necessidade de medicamentos e ampliar a autonomia do paciente.
Segundo o Dr. Rafael, “cada caso de Parkinson precoce é único e exige cuidado atento ao corpo e ao estilo e momento de vida do paciente. O objetivo é, além de tratar sintomas, garantir dignidade e continuidade”. Ele reforça que a definição do tratamento e o acompanhamento eficiente são fundamentais para que pessoas com Parkinson de início precoce possam manter sua vida ativa, com qualidade e autonomia.

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