segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Nordeste fortalece protagonismo climático e integra ações para a COP30 em Belém

A realização da COP30 em Belém (PA) ampliou o debate sobre o papel do Brasil na agenda ambiental global, indo além da Amazônia e incorporando a diversidade dos biomas e das regiões brasileiras. Em conversa com jornalistas estrangeiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o encontro é uma oportunidade para apresentar ao mundo a relevância da maior floresta tropical do planeta, mas também para destacar biomas igualmente essenciais, como Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa.
Na preparação para o evento, o Governo Federal trabalhou para integrar estados e municípios, reforçando que “a COP é do Brasil”. Essa articulação tem mobilizado gestores públicos em torno de estratégias compartilhadas voltadas à preservação ambiental, transição energética e desenvolvimento sustentável.

NORDESTE MOBILIZADO – Em setembro, o Consórcio de Governadores do Nordeste reuniu-se no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, com participação de representantes do Ministério da Fazenda. Durante o encontro, foi entregue a Carta Compromisso pela Transformação Ecológica do Nordeste, que reafirma a liderança regional na transição energética justa, na bioeconomia e na neoindustrialização sustentável, alinhada ao Plano de Transformação Ecológica – Novo Brasil.
O documento estabelece metas como ampliar a geração de energias renováveis, fortalecer a agricultura familiar e a agroecologia, estimular a inovação verde e a economia circular, garantir segurança hídrica e preservar a biodiversidade. Também projeta o Nordeste como polo estratégico de investimentos sustentáveis e protagonista nas discussões climáticas internacionais, especialmente no contexto da COP30.
A gerente de projetos da Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda e presidente do Conselho de Administração do Banco do Nordeste, Sávia Gavazza, destacou o caráter estruturante da Carta. Segundo ela, o Plano de Transformação Ecológica representa uma agenda de médio e longo prazo que conecta desenvolvimento econômico, inclusão e uma nova relação com o meio ambiente.
Gavazza ressaltou ainda a importância do adensamento tecnológico para dinamizar cadeias produtivas de maior valor agregado na região, por meio de investimentos em ciência, tecnologia e inovação.

AVANÇOS NA NEOINDUSTRIALIZAÇÃO – A região também se destaca pelos resultados da Chamada de Projetos para a Neoindustrialização do Nordeste, vinculada ao Programa Nova Indústria Brasil (NIB), da Sudene. A iniciativa recebeu R$ 127,8 bilhões em propostas — quase 13 vezes acima da demanda inicial — abrangendo empresas de todos os estados da região em áreas estratégicas como hidrogênio verde, bioeconomia e centros de dados verdes. O volume expressivo de projetos reforça a capacidade nordestina de atrair investimentos, gerar empregos qualificados e impulsionar inovação.

A COP É AQUI – Antes do início da conferência, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima ampliou ações de engajamento por meio da iniciativa “A COP é Aqui”, que promoveu debates em várias regiões do país. A proposta buscou aproximar escolas, coletivos, instituições públicas e privadas, comunidades e estudantes dos temas tratados na COP30.
Foram disponibilizados materiais digitais e audiovisuais que podem ser usados em atividades formativas e culturais. Entre eles estão os cadernos “Nós no clima da mudança”, produzidos com apoio do Cemaden; o guia Balanço Ético Global, que propõe diálogos autogestionados sobre os temas em negociação; e a Mostra Circuito Tele Verde Ecofalante, com produções audiovisuais para exibição em escolas e espaços culturais.
Com protagonismo crescente, o Nordeste reforça sua posição como referência em transição energética, inovação sustentável e participação ativa no enfrentamento da crise climática — contribuindo para um Brasil mais integrado e preparado para os desafios ambientais globais.

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