
HQ mostra Zé do Caixão na cadeia
José Mojica Marins criou o Zé do Caixão para uma trilogia de filmes que começou com "À Meia-Noite Levarei sua Alma", de 1964, seguiu com "Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver", de 1967, e continuou mais de quatro décadas depois, com o recém-lançado "Encarnação do Demônio".
Mas por onde o personagem andou nesse longo período? A resposta está na HQ "Prontuário 666 - Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão", publicada neste mês como um "interlúdio" entre o segundo filme e o último. Como o subtítulo da HQ denuncia, Josefel Zanatas (nome do Zé do Caixão) esteve preso.
E o clima da penitenciária em São Paulo que recebeu o personagem foi um dos desafios do quadrinista Samuel Casal, que deu vida à história. "Havia muitos elementos que eu tinha de utilizar", conta o quadrinista gaúcho.
"Por exemplo, Paulo [Sacramento, diretor de "Encarnação do Demônio'] me dizia que queria uma penitenciária brasileira, não norte-americana." Assim, foram pesquisados situações e termos usados em cadeias nacionais, como "lagarto" -preso que assume a culpa por crimes cometidos por outros prisioneiros.
Visual antitropical
Além do clima da prisão, Casal deveria incluir na história elementos como o conceito visual do personagem (capa preta, cartola, unhas compridas) e suas fixações, como a busca pela "mulher perfeita", capaz de gerar seu filho e, assim, proporcionar sua "imortalidade". "Ele é visualmente riquíssimo", afirma Casal.
"Em um país tropical, de samba e alegria, aparece aquele personagem sombrio, soturno, único, que parece deslocado." O quadrinista buscava uma HQ que trouxesse, além da força do personagem, sua marca de autor. "Eu queria que tivesse não só a minha arte, mas a minha identidade", conta.
Casal escreveu o roteiro a partir de argumentos de Adriana Brunstein, que conversou com Mojica sobre a abordagem para a história. "A proposta é sintonizar o que se passa entre um filme e outro", conta Mojica.
A saga do Zé do Caixão não acaba com o lançamento do filme e de "Prontuário 666". Afinal, conta Mojica, a HQ aborda 30 anos do personagem na cadeia, mas faltam os dez que ele passou no manicômio. "A idéia é contar essa história, pode ser uma HQ, no ano que vem. Talvez uma série para a TV. Tudo nasce assim: a partir de idéias."
Prontuário 666 - Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão
Autores: Samuel Casal (roteiro e arte) e Adriana Brunstein (argumento)
Editora: Conrad
Quanto: R$ 24 (120 págs.)
Despertar - último álbum de “Sandman”Sandman, a obra máxima de Neil Gaiman está prestes a chegar ao final no Brasil. A Conrad já colocou a venda o álbum Despertar (264 páginas, R$ 69,90), o décimo da série. Em Despertar, Gaiman amarra as pontas soltas que deixou ao longo das histórias passadas. Lorde Morpheus está morto e os seus irmãos Perpétuos reúnem-se para prestar a ele uma última homenagem. Ao mesmo tempo, Daniel (filho de Hippolyta Hall), que assumiu o manto de Sonho começa a se adaptar 'as suas funções.
Falando sobre perdas, mudanças e recomeços, Despertar encerra com brilho uma das HQs mais importantes de todos os tempos. O álbum tem ainda participações de William Shakespeare (em A Tempestade, último capítulo da série, em que o dramaturgo inglês é citado como co-autor) e Hob Gadling, um dos personagens coadjuvantes mais marcantes do universo de Sandman.
Os desenhos são de Michael Zulli, Jon J. Muth e Charles Vess. E a capa, como sempre, é de Dave McKean, parceiro de Neil Gaiman em diversos projetos de quadrinhos.
Ooru - Volume 2
Violência, quadrinhos e a Yakuza como você nunca viu antes
Jun Hanyunyuu é um dos mangakás (autor de mangás) mais cultuados do Japão. Antes de desenhar Ooru (seu maior sucesso), foi o autor do mangá Koi No Mon, que ficou conhecido no Ocidente pela sua adaptação cinematográfica Otakus in Love, selecionado em 2004 para o Festival de Veneza. No entanto, esta edição brasileira de Ooru é a estréia de Hanyunyuu no Ocidente.Hanyunyuu conquistou seu lugar entre os grandes mestres do mangá atual da maneira mais imprevista. Suas histórias fogem a qualquer tentativa de classificação: Ooru, por exemplo, é uma mistura escatológica, barroca, de violência, realismo, drama, humor e suspense. Seu desenho, muito diferente do habitual dos mangás, tem como principal referência o pintor expressionista austríaco Egon Schiele (1890-1918).
Ooru, assim como outros trabalhos de Hanyunyuu, foi publicado originalmente na Bean, a principal revista da vanguarda dos quadrinhos japoneses. É nela que também tem sido publicado Suehiro Maruo (O Sorriso do Vampiro, Eroguro) e Atusushi Kaneko (Bambi).
Conta a história de um mangaka (um desenhista e roteirista de mangas) que abandona tudo para se tornar um ermitão na ilha de Okinawa. Ali descobre o que pensa ser sua verdadeira vocação: ser um assassino da Yakuza.
O mangá:
Ficar sentado o dia todo desenhando em cima de prancheta pode ser tedioso. Por isso Kôzô Sanou, o protagonista de Ooru (“azul”, em japonês) resolveu levar uma vida um pouco mais agitada. Depois de enriquecer desenhando mangás em revistas semanais, o mangaká Sanou exilou-se na ilha de Yonatou e perdeu o contato com o resto do mundo, morando numa pequena casa abandonada no campo.
Porém o ambicioso e endividado Takeshi Antai, editor de mangás, vai atrás do mangaká, para tentar convencê-lo a publicar uma nova história (e ganhar mais dinheiro). Antai acaba encontrando um Sanou irredutível em seu auto-exílio, mas ainda assim resolve levar o autor para um bar na tentativa de persuadi-lo a voltar a desenhar.
As coisas não saem como o previsto, e o bar vira palco para um tiroteio entre os yakuzas (mafiosos japoneses) locais. Sanou consegue uma arma caída no chão e acaba matando o assassino que entrara no bar para eliminar o chefe do clã Jinbaru. Animado com o tiroteio, Sanou resolve entrar para a máfia, e leva o editor junto com ele.
Assim os dois iniciam juntos uma parceria insana, mergulhando de cabeça nas atividades criminosas da Yakuza – Sanou querendo descobrir um sentido para a vida, e Antai pensando em transformar essa aventura irresponsável em um novo mangá de sucesso. Só que nem sempre os planos saem como o esperado...
Entrevista com o autor (em inglês): http://www.pingmag.jp/2007/07/06/hanyunyuu/
Site oficial do autor: http://homepage2.nifty.com/hanyu-new/
Site oficial do filme Otakus in Love: http://koinomon.com/
Otakus in Love no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0435107/

Adeus Colonnese...
Faleceu nesta madrugada as 4 horas, o ilustrador Eugennio Colonnese, que completaria 79 anos no próximo dia 3 de setembro. O motivo de sua morte foi "falencia multipla de orgãos".
Colonnese sofreu um desmaio em fevereiro deste ano, quando passava férias com a familia de sua filha Liliana no Guarujá, no litoral paulista.
Descobriu-se então que ele estava com o pulmão muito debilitado devido ao intenso consumo de cigarros.
Colonnese deixa as filhas Liliana, Mônica, Sandra, Valéria e Shane. E os netos René e Graziella. Após o seu primeiro internamento hospitalar em fevereiro desta ano, Colonnese realizou uma história em quadrinhos com sua personagem mais conhecida Mirza, e outra de Morto do Pântano. Também concluiu a graphic novel A Vida de Chico Xavier, que será lançada em outubro.O corpo de Colonnese foi enterrado no Cemitério da Saudade, em Vila Assunção, no Centro de Santo André, SP, às 10 horas da manhã de sábado, dia 9 de agosto de 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário